sábado, 3 de março de 2012

Em defesa de um Cristianismo sério III

Muito se fala hoje a respeito do papel prejudicial exercido pelas igrejas no sentido da intolerância, da homofobia, do incentivo à perseguições religiosas, enfim, da tentativa da implantação de valores no mínimo incompatíveis com a organização social atual. Pois bem, não podemos perder de vista, contudo, que a própria população brasileira é bem conservadora em relação a muitos assuntos, e que constantemente procura se esconder atrás de determinadas "cortinas" para justificar suas posições. Não pretende-se aqui, de forma nenhuma, justificar e nem apoiar nenhum tipo de intolerância, seja quanto à sexualidade, religião, concepção de mundo, enfim, de qualquer tipo. O que buscamos oferecer, no entanto, é uma relativização dos pré-conceitos e pré-julgamentos que são feitos em relação ao cristianismo brasileiro hoje, como se ele fosse a raiz de todos os males sociais do país. É evidente que o papel exercido pela igreja, historicamente, no Brasil contribuiu muito no sentido de criar dogmas engessados a respeito de diversos assuntos. Só que não se pode perder de vista também que muito do que se faz hoje "em nome de Jesus" não condiz nem um pouco com o que realmente foi ensinado por aquele Grande Mestre. Muitas podem ser as críticas no sentido de dizer que a religião não é uma coisa apessoal e sim o que os homens fazem dela, e que por isso o que fazem do cristianismo é o verdadeiramente o cristianismo. Entretanto, levanta-se o seguinte debate: Se alguém faz algo em nome da religião, mesmo que suas premissas sejam totalmente conflitantes com as dela, ele deve realmente ser considerado representante de todo o grupo religioso? Desconfio bastante da resposta afirmativa, ainda mais porque é tão fácil a qualquer um se auto-denominar cristão, não existe nenhum órgão regulamentador e muito menos eleição pra isso. Gostaria de ver muitos desses que adotam esse rótulo viverem sob uma perseguição como a que existe na Coréia, por exemplo. Faz-se aqui uma crítica pesada aos pilantras de plantão que usam o nome de Deus em benefício próprio, só que não dá pra penalizar a todos por causa de alguns.

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